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Vaticano aceitará padres convertidos casados


CIDADE DO VATICANO - O Papa Bento XVI deu na terça-feira um importante passo para facilitar a conversão ao Catolicismo de anglicanos que consideram que a sua religião se tornou liberal demais. Um documento aprovado pelo Papa, uma "Constituição Apostólica", aceita que indivíduos ou grupos anglicanos adiram ao Catolicismo romano sem abrir mão de algumas das suas tradições. Numa decisão que alguns especialistas afirmam ser o maior gesto direcionado a uma igreja considerada cismática pelo Vaticano desde a Reforma Protestante do século XVI, os ex-anglicanos que abracem a fé católica poderão ter dioceses próprias com padres casados.

Embora ambos os lados salientem que a decisão do Vaticano não irá afetar o diálogo entre as duas Igrejas, está claro que ela foi tomada em resposta ao crescente número de anglicanos que desejam mudar de religião.

Há 77 milhões de anglicanos no mundo, e nos últimos anos alguns setores estão descontentes com mudanças em sua Igreja, como a ordenação de sacerdotisas e a nomeação de bispos homossexuais.
Essa é provavelmente a medida institucional mais clara e ousada já tomada pelo Vaticano no sentido de receber anglicanos descontentes. A Igreja Anglicana surgiu em 1534, quando o rei inglês Henrique XVIII. rompeu com Roma para poder se casar novamente.
A nova estrutura permite a nomeação de líderes, em geral bispos oriundos das fileiras dos padres anglicanos solteiros, para que comandem comunidades de ex-anglicanos que se convertam ao Catolicismo e reconheçam o Papa como seu líder máximo.
"Desta forma, a Constituição Apostólica visa a equilibrar, por um lado, a preocupação de preservar o válido patrimônio litúrgico e espiritual anglicano, e, por outro, a preocupação de que esses grupos e seu clero sejam integrados à Igreja Católica", disse o Vaticano.
O texto afirma que a decisão foi tomada para responder "às muitas questões que foram submetidas à Santa Sé por grupos do clero e de fiéis anglicanos em diferentes partes do mundo que desejam entrar em plena comunhão visível".
A conversão mais proeminente dos últimos tempos foi a do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, que se tornou católico depois de deixar o cargo, em 2007.
As novas regras, que entram em vigor brevemente, não afetam o celibato clerical católico, e mantém a antiga prática de permitir que um padre anglicano casado mantenha seu matrimônio caso se converta.
Fonte: O Globo