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Igrejas devem proclamar que Aids não é castigo de Deus


Ndungane concedeu entrevista coletiva, hoje, marco do 20º aniversário do Dia Mundial da Aids. A Onusida financia campanha que tem por meta tornar esse dia uma data de “solidariedade em relação a uma pandemia que causou mais de 25 milhões de mortes e que aflige 33 milhões de pessoas em todo mundo”.
Responsável pelo African Monitor, um organismo de desenvolvimento continental, Ndungange afirmou que a Aids “pode ser controlada e tratada, embora não tenha cura”.
O arcebispo anglicano convocou líderes religiosos a se comprometerem no trabalho para se atingir uma geração sem Aids, demonstrando cuidado e apoio amoroso para as pessoas infectadas.
Na avaliação de Ndungange, as lideranças religiosas devem elaborar e aplicar estratégias imaginativas com o intuito de combater o preconceito em torno do HIV, assegurando que as pessoas infectadas possam ter satisfeitas necessidades essenciais como a nutrição e a assistência médica. Ele ressaltou a importância de oferecer informações corretas para que as pessoas não-infectadas venham a contrair o vírus.
A dirigente da Aliança Ecumênica de Ação Mundial, organismo com sede em Genebra que defende a justiça em relação à alimentação e o comércio, Linda Hartke, disse que o 20º aniversário do Dia Mundial da Aids deve representar um momento para se fazer uma avaliação da resposta à pandemia baseada na fé.
A Aliança é integrada por organizações cristãs, entre as quais figura o Conselho Mundial de
Igrejas (CMI), mas conta também com organismos de outras religiões entre os seus membros.
Em entrevista a Notícias Ecumênicas Internacionais, Hartke sustentou a possibilidade de que, através dos esforços de pessoas de fé de todo mundo, possa ser promovida uma resposta mundial concertada que faça retroceder a propagação do HIV e se consiga, inclusive, erradicar a Aids.
A dirigente da Aliança Ecumênica de Ação Mundial ressaltou os esforços de líderes religiosos que convivem com o HIV, ou que estão afetados pessoalmente pelo vírus, para a difusão de uma resposta eficaz baseada na fé. Segundo ela, esses religiosos elevaram suas vozes contra o estigma, a discriminação, as injustiças e a vulnerabilidade que fomentam sua propagação.
Há cerca de um mês, Hartke advertira que, a cada ano, milhões de pessoas contraem o vírus HIV. Além disso, “dois terços dos adultos e 85% das crianças precisam urgentemente de tratamento, situação que clama por uma liderança e uma ação eficaz e comprometida para conseguir o acesso universal aos meios de prevenção, tratamento, assistência e apoio”.
Hartke informou que aproximadamente 2,1 milhões de crianças menores de 15 anos vivem com o vírus da imunodeficiência humana, “mas continuam esquecidas em grande parte nos esforços mundiais e nacionais para enfrentar o vírus. Essa situação ocorre especialmente no que diz respeito ao acesso às provas de diagnóstico do HIV e aos medicamentos para tratá-lo, conhecidas como antirretrovirais. Atualmente, apenas 15% das crianças que precisam de tratamento contra o HIV têm acesso a ele”.
(*) O autor é redator chefe de Notícias Ecumênicas Internacionais (ENI).
Fonte: ALC